O cigarro é inimigo da saúde. Entre as adversidades que o tabagismo pode trazer – como câncer, doenças respiratórias e cardíacas –, os problemas bucais são destaques. O hábito do cigarro pode contribuir para o aparecimento de halitose, manchas nos dentes, perda de dentes e implantes, doença periodontal e câncer bucal.
As orientações do Cirurgião-Dentista são essenciais para manter uma boa saúde bucal e ajudar o paciente a evitar começar a fumar ou parar de vez com esse hábito. Além de informações técnicas de cuidados e prevenção, o paciente pode receber apoio de outros profissionais da saúde, inclusive o psicólogo. E isso pode fazer toda a diferença e auxiliar ainda mais.
O psicólogo Diogo Saint-Clair Lacerda Guedes explica:
Atualmente, a Terapia Cognitiva Comportamental é a abordagem de psicoterapia recomendada pelo Ministério da Saúde na perspectiva de cessação do tabagismo.
Tal tratamento costuma ser de curta duração, enfocando a redução gradual do número de cigarros consumidos por dia, desenvolvendo estratégias para confrontar os sintomas de abstinência aguda, com intuito de fragmentar os comportamentos e rituais relacionados ao hábito de fumar.
Não é raro a necessidade de emprego de medicações para aliviar tais sintomas. Portanto, o acompanhamento psiquiátrico (médico) também poderá ser desejável.
Fases para parar de fumar
O processo de parar de fumar é composto de três fases ou estágios de tratamento.
· Preparação – retirada gradual e manutenção. No primeiro estágio, o trabalho será de psicoeducação, quando o paciente é instruído sobre os males e prejuízos causados pelo uso, focando na autocrítica e no julgamento do assistido. Também será de extrema importância avaliar a motivação do paciente durante todas as etapas do tratamento, respeitando os seus limites e individualidade terapêutica.
· Segundo estágio – a duração para retirada gradual dos cigarros será de seis semanas, acompanhando a motivação e os percalços afetivos/ emocionais encontrados durante essa trajetória, proporcionando ao paciente o rompimento, também gradual, dos rituais e rotinas comportamentais referentes ao hábito de fumar.
· Terceiro estágio – abandono do tabagismo, quando existirá o luto por conta do fim desse relacionamento mórbido. Será indispensável a construção do autorreconhecimento dos ganhos obtidos ao longo de toda jornada, que passar a ser um agente motivador da manutenção da abstinência até aqui desenvolvida.
Também é importante salientar a atitude empática do terapeuta nesse curso, que permitirá que este, juntamente com o paciente, identifique e potencialize a os elementos que facilitam sua decisão de abandonar o hábito de fumar.
Fonte: Diogo Saint-Clair Lacerda Guedes (CRP: 02/18909) – psicólogo clínico, especializado em transtornos mentais, personalidade e dependência química. Trabalha no CAS-PMPE (Centro de Assistência Social da Polícia Militar de Pernambuco), no setor chamado Nadeq (Núcleo de Apoio ao Dependente Químico da PM).